sábado, 19 de abril de 2014

Chile 2014! Parte 1 - ¡Hola, Santiago!

E aeww? Bom, uma colega me deu a ideia de partilhar algumas informações da viagem que fiz ao Chile, em Jan/2014. Gostei do desafio, e é uma boa alternativa de divulgar minha história e breve vivência con los hermanos chilenos. (vcs vão reparar que meu espanhol é péssimo (e isso depois do Chile, imagine antes... aliás, não imagine). E estamos vivendo na Era da Informação, então por que não partilhar um pouco por aqui??



Meu relato não vai ser técnico, até porque de linguagem técnica já basta minha vida de escritor/engenheiro/estudante/whisk and bowl, então pretendo fazer algo bem descontraído, mas creio que vai ser válido, tanto para quem já foi, a fim de compartilhar histórias, tanto para quem ainda vai (porque, sim, você vai!), com algumas informações e dicas.

Bom, então, por que Chile? Bom, porque eu e meu amigo temos amigos que já foram pra lá, e como nunca tínhamos saído do país (eu já fui uma vez pra Ciudad del Este, Paraguai, comprar mulamba, então não conta, né? hahah), pensamos que seria melhor ir para um lugar onde teríamos pelo menos alguma ideia de onde ficar, o que fazer, como chegar. Depois dessa primeira emocionante loucura viagem, creio que posso ir pro Japão, irei me virar muito bem. Viagem é assim mesmo, é que nem sexo, você fica tenso na primeira, mas depois você vai querendo mais (hahaha, comparação infame).

A viagem: foi tranquilíssima, de boas, sem nenhuma turbulência (gracias, Señor!). E foi lá que meu ouvido começou a ouvir o espanhol (tá, eu já estudei no colégio, mas era muito fraco o ensino, vocês devem saber, e como eu preferia o inglês, só estudei um ano, pq era obrigatório).
O Aeroporto Internacional Comodoro Arturo Benítez é grande, confortável. Gostei. Passei pela polícia de lá, enfim, tudo tranquilo. Foi aí que quando saímos, fomos bombardeados pelos taxistas, que queriam dispor de seus serviços. Tudo que eu falava era "non, gracias" (um mix de francês, num sotaque italiano de araque). Eles são bem irritantes algumas vezes, e foi nessa hora que senti o que um gringo passa quando chega em nossas terram tupiniquins. Deve ser mesmo um saco. Mas enfim, como nosso amigo nos aconselhou, não fomos de táxi, porque sairia mais caro (15000 pesos). Fizemos o que ele disse, pegamos um TRANSFER.

Dica 1- ao chegar no aeroporto, não pegue um táxi, que sai mais caro, pegue um Transfer (a não ser que você não se importe em pagar mais, ou esteja com pressa, ou tenha mais pessoas para dividir o custo).

O Transfer é uma espécie de Van Topik, que te leva ao seu hotel, albergue, cafofo, seja lá onde você for ficar. O preço sai mais em conta - quase 5500 pesos, por pessoa, o Transfer compartido, ou seja, vai mais gente -, e assim, pode demorar mais um pouco pra você chegar em casa. Mas não tem problema, pelo menos é um mini-tour por Santiago. 

Pois bem, chegamos então ao nosso hostel (albuergue em espanhol, eu acho....). Escolhemos ficar em hostel por causa, primeiramente da grana, que não nos era muito farta. E segundo porque um hostel tem toda aquela áurea jovem/free/descolada, um lugar onde você espera encontrar pessoas bacanas, socializar, quem saber até arranjar um(a) paquera. 

Pois é, não foi bem isso que aconteceu....

Ficamos no Hostelling International - www.hihostels.com/‎.Trata-se de uma rede mundial de albergues, bastante conhecida. Um amigo meu trabalha num albergue associado a essa empresa, e achei que seria uma boa. Reservamos pela internet os 5 primeiros dias que ficaríamos em Santiago, pagamos os 10% da reserva, e, enfim, lá chegamos.

Indo direto ao assunto, vou falar por que o hostel não foi uma boa escolha. Não quero denegrir a imagem do estabelecimento, vou explicar isso também. 1. - começando do mais leve, o wifi só pegava no térreo. Os seja, tínhamos que descer pra poder usar a internet no celular - tinha um computador disponível também. 2.  2.- café da manhã bem ruinszinho (pão seco, suco de laranja sem muito gosto).Ouvi dizer que eles são meio pão-duros com o café-damanhã, e pude constatar isso. 3. - o hostel mais parecia uma creche.Sim, creche!! Tinha muito pirralha lá hospedado. Não sei o que era aquilo. Parecia um acampamento de férias. E intrometidas, eu utilizava o celular, uma ou outra chegava pra ver o que eu estava fazendo. Na hora do jantar, (umas 8 e meia da noite, ainda claro lá), a cozinha se enchia de meninos, uma gritaria, e apareciam umas mulheres pra tomar conta (mãe? organizadoras da excursão? vai saber...). Enfim, um ambiente nada interessante para dois jovens brasileiros querendo socializar, numa cidade totalmente estranha. Virei-me para meu amigo e disse: temos que dá um jeito de sair daqui! Não sei como faremos, mas temos que sair daqui!

obs.: Foi aí que entrou o primeiro casal-guia da nossa viagem! =) Sim, houve alguns casais que conhecemos durante nossa estadia no Chile, foram 3, na verdade, e que mudaram nossa situação lá.

 sala de estar do Hostel Centifuegos, Santiago. (os pirralhas tomavam conta de tudo isso aí. Eu e meu amigo dividíamos aquela poltrona amarela lá no canto).

obs2.: não quero falar mal do hostel (mas já falando, né?). Acredito eu que os pirralhas estariam ali durante as férias, em algum campeonato escolar, e chegamos justamente nesse momento, Acredito que em outras situações, deva ser bastante tranquilo. Fomos muito bem tratados lá. =)

Então, voltando ao obs1. Estávamos sem ter pra onde ir, só sabíamos que queríamos sair daquele hostel que mais parecia uma escola primária.

No nosso segundo dia, o que aconteceu foi que, à noite, depois de visitarmos o centro da cidade (onde estávamos era relativamente perto, dava para ir a pé para o centro de Santiago, e acredito que seja possível conhecer o centro todo a pé), fomos jantar num restaurante muito bacana, no meio de vários, que se apresentam na Avenida Brasil.










(Avenida Brasil, Santiago).


(parque muito agradável na Avenida Brasil)


Havia vários restaurantes bacanas por lá, inclusive um com um nome muito peculiar:

 ("La Pica de los Cuñados". dá pra enxergar? alguém traduz, por favor?"

Pois é, escolhemos um restaurante muito agradável, ao lado desse. Lisos, pedimos pizza. Pedi um suco de Chirimoya, muito bom!!! Parece graviola. Mais que recomendado. 

Dica 2: experimente un jugo (suco) de Chirimoya.

Bom, havia um casal ao nosso lado, e ao nos ouvir falar, a jovem resolveu puxar conversa. Falamos que éramos brasileiros, estávamos no Chile há poucos dias, e etc etc. A conversa desenrolou bem, conseguíamos compreender na medida do possível. Os chilenos falam muuuuuito rápido, cortam sílabas, então prepare-se. Mas tb não vai morrer por isso.

Eles foram muito simpáticos. Falei da nossa situação quanto ao hostel, e foi aí que a jovem nos recomendou o cazarórra! Pelo menos foi isso que compreendi. Pedi para que ela digitasse no meu celular o nome, e só assim pude entender: CASA ROJA! Ela nos recomendou esse albergue, disse-nos que era muito bom, e era bem pertinho dali. Falei para meu amigo que era ali que iríamos ficar os próximos três dias.

Dito e feito. No dia seguinte, fomos lá visitar o Casa Roja, que ficava há duas quadras, eu acho, cruzando a Avenida Brasil. Adoramos. O albuerque tinha cara de albuergue! Gente jovem, de todos os lugares. Ele era grande, muitos quartos, e o melhor, tinha piscina (olha, não sei quantos albergues hoje em dia tem piscina, mas conheco muitos hotéis que não tem nem um tanque pra tomar banho...). E tem um bar, você pode tomar uma cervejinha por lá, é bem bacana. Todos os albergues de lá promovem algum tipo de socialização com os hóspedes (algumas festinhas são pagas - 3000 pesos). Creio eu que deva ser um dos hostels mais bacanas de lá!!!
Obs.: Ele não fornece café da manhã gratuito, é em torno de 1500 pesos. Mas pelo menos deve ser de qualidade (não usei esse serviço, eu só chegava lá na hora do almoço, depois explico melhor =p)

 (http://www.lacasaroja.cl/)
 (Hosel Casa Roja (esse casarão vermelho que vcs estão vendo aí), vista da rua. Inclusive recomendo seguir essa rua, dobrar a primeira a direita, tem uma rua bem bacana com vários restaurantes legais).

Enfim, foi lá que passamos nossos próximos 3 dias em Santiago. Todos os dias um londrino que estava no mesmo quarto nos oferecia um copo de Rum. Não fizemos desfeita, claro.

Do Casa Roja, conseguíamos ir ao centro de Santiago a pé. Dependendo de onde você vá, você pode andar mais ou menos. Mas enfim, era um pouco cansativo, mas conhecíamos toda a cidade, com nossos próprios olhos (e pés). No centro mesmo tem muito pombo, e tome cuidado, eles não ligam muito pra presença humana, então ao contrário daqui, que eles voam pra longe quando vc está chegando, lá eles que esperam que você atravessa a rua. Primeiro dia, um pombo me acertou na cabeça.

Dica 3 - A Calle (rua) Paseo Agustinas tem várias casas de câmbio lá. É super simples, rápido e prático. Quando eu fui, o real estava meio desvalorizado (215 pesos). Mas não troquei todo o dinheiro. O que foi bom, pois uma semana depois, quando voltei de Atacama (próximo post), estava 334 pesos.  Mas acreditei, hehe.

Resumindo dos passeis principais de Santiago:
1. Catedral Metropolitana de Santiago: muito linda, vale a pena visitar. Fica no centro de Santiago, perto dos Correios, que é outro lugar interessante para se visitar (não muito, a não ser que você se interesse por esse tema "correios", mas já que está lá, é vale a pena, a arquitetura é bonita, e bem diferente dos correios daqui =/ ).



2- Palacio de la Moneda

 (Palacio de la Moneda. Muito bonito, por dentro e por fora. Para visitar, é preciso mandar um email para visitas@presidencia.cl e agendar. Eles vão te pedir para preencher uns arquivos de word e enviar para eles).

Em frente fica a plaza de armas Plaza de la Constituitión. A galera larga do trabalho e faz uma horinha lá. Ou leva o cachorro pra passear. Muito bacana. Olha eu lá:


Não lembro agora se a visita foi paga, mas quase todos os museus de lá pagam pra entrar, e pode ser meio custoso. O bom é que eles aceitam carteira de estudante. E assim, acredite, economizei bastante.

Dica 4: Leve carteira de estudante.

3 - Parque bicentenário
Sério... perfeito! Lindo de viver. A must-go place (essa expressão existe?...). Ele é um pouco longinho de chegar, tem que pegar o metrô, descer na estacção Tobalaba, e ir andando (vai andar um pouquiiinnhooo, mas como fica no bairro de Vitacura, um dos mais chiques de lá, então a caminhada vale a pena). 


Não é uma foto só que vai mostrar a beleza do parque. Só indo mesmo, ou tenta o google earth.

 (mais para o fim do parque, você consegue ver mais perto os Andes *-*)

 (os flamingos famintos)


5- Cerro Santa Lucia
Santiago é uma capital cheia de altos (cerros) e baixos (não sei o nome em español, não interessa). Um dos cerros mais turísticos é o Santa Lucia. Não vou falar muito para não estragar a surpresa, mas é muito bonito.

 (Cerro Santa Lucia *-*)

 (err.....)


6- Cerro San Cristóban
Mais um must-go. É uma subida bem grande, voce podo ir de furnicular (bonde), que é mais "turístico", de carro, e creio que a pé tb, se você aguentar. lá também tem o zoológico, que é na verdade a primeira para do furnicular, Depois ele continua a subir até chegar no Cerro.

 (parte mais alta do Cerro).

 (uma pequena parte da vista)


Para desvendar a "night" da cidade, mais um casal-guia nos ajudou a descobrir.

Existe dois bairros (pelo menos os principais) boêmios em Santiago, o Bairro Bellavista, e o Lastarria (este último não conheci). 

O que sabíamos é que era no Bellavista que existia o maior número de baladas. Do centro para lá, de táxi, dava uns 3000 pesos. 

 (uma foto do Bairro Bellavista. O Cerro San Cristóban mais atrás).

O Bellavista tem uma rua principal, a Pio Nono. No começo você encontra a Universidade de Derecho de Santiago, e a Universidad San Sebastian; no fim, o Cerro San Cristoban. No meio, vários bares e restaurantes.

Procuramos as baladas nessa rua, que é um tanto extensa. Mas não achamos. Foi então que entrou nosso segundo casal-guia, 

Estávamos perdidos, sem saber para onde ir e sem saber com quer falar. No fm da rua, perto da entrada do San Cristóban, avstamos um casal na esquina. Estavam encostados, e pareciam meio desanimados. Cheguei neles, hablando un español muy loco.
 - Permisa, ustedes sabem donde ficam las baladas en el Bellavista?
O rapaz olhou para mim e respondeu, com um baita sotaque "triangulo-mineirense".
- Olha, cara, estamos procurando também.
- Por que você está falando português com eles? - a jovem perguntou.
- Ué, porque são brasileiros, cês não são?
E caímos na risada.

Por fim, foi esse casal simpático, que já estavam há 10 dias na cidade, que nos mostraram as baladas locais que já haviam conhecido. Na realidade, não tem nenhuma na Calle Pio Nono, mas diversas nas ruas paralelas, como a Bombero Nuñez. Uma das baladas mais legais que gostei (e tb em termos de custo hehe, foi a Iluminatti: https://www.facebook.com/illuminatipub). Muito bacana lá, e o som é massa.

De fato, a festa lá acaba cedo. Dependendo da semana, quanto mais perto do final de semana, mais tarde eles acendem as luzes, e você tem que ir embora. Mas mesmo assim continua cedo, por volta das 4-5h ad manhã. Pode não parecer tão cedo, mas tendo em vista que lá amanhece 7h da manhã, então acaba cedo.

Mas existe uma solução. As festas clandestinas. Muitas pessoas vão, se você não sabe chegar, creio que pode perguntar a alguem na festa, ao DJ, alguém saberá te responder.

Infelizmente não tenho fotos dos locais, acho até que não iria sair boa se eu tirasse. Mas enfim, saibam que existe festa no Chile sim!!

Depois de 5 dias em Santiago de Chile, chegou a hora de arrumar as malas e partir em direção ao Deserto de Atacama. Mas isso fica para o próximo post! ;)

Nenhum comentário:

Postar um comentário